O conhecimento de si mesmo é a mãe de todo conhecimento.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Minha Morte

Oi. Venho através desta expressar a minha indignação quanto à hipocrisia das pessoas em relação à morte.

Essa semana um cara lá da Gea morreu e a galera toda se mostrou imediatamente muito triste na net. O problema é que muitas dessas pessoas, assim como eu, tinham pouquíssimo contato com o cara. Ele já tava internado há umas 2 semanas, eu acho, e sábado teve morte cerebral. Nego colocando no face que "a saudade tava doendo demaais". - Opa! Péra ai féra; Vc soube da morte dele há 10 minutos. Sinto muito lhe informar que a sua saudade é psicológica porque eu duvido que o cara está de fato causando algum vazio na sua vida.

Eu, como uma psicodepressuicída, nunca tive medo da morte. Muito pelo contrário. aos 13, certo dia com um facão de cozinha na mão por hoooras, pensei seriamente em me matar pela primeira vez. E chorava horrores, não pelo sentimento de angústia, mas pelo ódio de não ter coragem de fazê-lo.
Mas não culpo as pessoas por esse medo doentio da morte. Eu só quero, através desse desabafo, fazê-las enxergar a minha de uma forma diferente.

A morte é a coisa MAIS NORMAL da vida. Saca só que piada é você poder tropeçar na escada, cair de cabeça e ter um traumatismo craniano. É ridículo virem me falar que o cigarro pode matar. Porque  se ele não me matar, só há 298478293687956252346478039583783653 outras possíveis formas de eu morrer.

Há de fato, pouquíssimas pessoas por quem eu choraria se morressem. E se eu morrer, sei que talvez serão os únicos a chorarem sinceramente e sentirem de verdade a minha falta.. E eu quero que ESTES não rezem por mim ou façam aquelas coisas chatas e melancôlicas de velórios, credo! DOEM todos os meus órgãos doáveis (minha família está ciente disso), e cremem o que sobrar. Mas se for muito caro, eu não vou me importar em ser enterrada - HAIUSHASIOUHASIOAUSHAOIUSH! E AAAH, não esqueçam de tocar 'In the arms of the angel' da Sarah Mclachlan na despedida do meu corpo (essa é a parte que todo mundo vai chorar! Mas em seguida toquem 'Highway to Hell' e sejam felizes! kkk Não, mas é sério. A morte não é nada. Eu sou tão despresível se comparada com as belas coisas que existem nesse planeta e que dão sentido às nossas vidas.. e à essas coisas sim, eu dou valor, mais do que a um carro, a 50 diplomas, mais do que a um emprego com salário de 8297492378982346754 dólares.. Eu valorizo o céu de Brasília todos os fins de tarde no ônibus voltando da facul. Eu valorizo as gargalhadas que a minha melhor amiga me faz dar a cada conversa, as piadas idotas do meu pai... E quando eu morrer, aah, quando eu morrer, eu espero ter feito cada minuto ter valido a pena. Porque matar aula de vez enquando, ouvir música por horas sem lembrar de nenhum problema, ir a shows sem ter como voltar e ver o sol nascer com os amigos como se não houvesse amanhã.. Isso sim, é viver. E a qualquer hora que vier, morte, és bem vinda. Fiz e faço de tudo o mais divertido possível. Olha eu ali no barquinho ó! *-*


 Mas é claro, quanto mais tarde vier, mais bem vinda será. Ainda sou escrava de certas ideias e preciso de tempo pra concretizá-las e ser, de fato, a pessoa mais feliz desse mundo!


Mas saindo um pouco do conto de fadas, xô ir ali na minha vida paralela terminar uma resenha crítica de Geografia Humana. Beijos,meliga!

- 17/10/11


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